"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo,
torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente,
ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se
a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela
tampouco a sociedade muda."
Em 1947, Paulo Freire foi contratado para dirigir o departamento de Educação e Cultura do Sesi. Foi onde entrou em contato com a alfabetização de adultos.
Em 1958, participa de um congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro. Neste congresso, apresenta um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas idéias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política.
No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares.Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos.
Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.
Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação. Depois deste importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África.
Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 1997.
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Revista Nova Escola
Skinner e versus Freire
Skinner é considerado o pai do tecnicismo (uma tendência liberal que sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com aptidões individuais). Entretanto, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas vigentes na sociedade de classe, mas esta liberalidade é direcionada para responder aos anseios de uma classe dominante.
Já à Paulo Freire não se atribui uma teoria de ensino- aprendizagem. O seu método de alfabetização é uma conseqüência do seu pensamento filosófico, o qual, nas entrelinhas, proporciona vislumbrar uma metodologia de ensino que parte sempre da análise do contexto da educação.
A pedagógica de Paulo Freire é libertadora porque propicia a ação segundo a própria determinação, ou seja, o educando detém o poder de agir. O ponto de partida: o método é o universo vocabular e as palavras geradoras extraídas de sua própria experiência.
Um outro ponto em que podemos estabelecer distinção entre Skinner e Paulo Freire refere-se à noção de cultura. Para Skinner, a força de uma cultura está nos seus membros. Para Paulo Freire, utiliza-se do termo invasão cultural. Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente e permanente que os homens fazem no mundo, como mundo e os outros.
Para Skinner, é a investigação científica do ato de aprender que determina o conhecimento. Os instrumentos de ensino da linha Skinnereana são: a instrução programada, a máquina de ensinar, os módulos de ensino e as fichas didáticas.
Máquina de ensinar
Os instrumentos de ensino da linha freireana partem do mundo e nele se inserem. Paulo Freire considera que o homem é um ser aberto para o mundo, dinâmico e capaz de transcender aos condicionamentos naturais e culturais de suas circunstâncias e por isso mesmo habilitado a interferir criativamente em suas próprias condições de existência.
Skinnner prega a modelagem de comportamentos, ser fiel consiste em copiá-lo e aplicá-lo sob medida na sala de aula. Paulo Freire tem horror ao mecanicismo, à postura dos discípulos submissos e obedientes, ser fiel significa antes de mais nada reinventar-se com ele.
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