sábado, 28 de maio de 2011

Juscelino Kubitscheck



A história do Brasil entre o final dos anos 50 e meados dos anos 60 do século 

passado ficou marcada como um período de afirmação da identidade nacional, 

impulsionado por eventos como o bicampeonato mundial de futebol (1958 e 

1962), a consagração internacional da bossa nova e do compositor e maestro 

Villa-Lobos, a modernização do país por meio do governo de Juscelino 

Kubitschek, entre outros. O símbolo maior dessa transformação foi a 

construção da nova capital, Brasília, no Centro-Oeste do país. “JK conseguiu 

disseminar uma onda de otimismo e esperança muito fortes”, diz o historiador 

Wagner da Silva Teixeira. Porém, com uma população que – de acordo com 

dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – era, então, 

constituída de 40% de analfabetos (cerca de 16 milhões de pessoas), a 

promessa de construir um novo país parecia comprometida. A fim de reverter 

esse atraso na educação básica, vários movimentos em prol da alfabetização e 

da cultura popular surgiram naquele período. 


Teixeira analisou os trabalhos desenvolvidos por diferentes entidades, como o 

Movimento de Educação de Base (MEB), a Campanha de Pé no Chão, o 

Movimento de Cultura Popular (MCP) a União Nacional dos Estudantes (UNE) e 

os Centros Populares de Cultura (CPCs).


No final dos anos 50, o rádio ainda era o principal veículo de comunicação no 

país. E foi por meio dele que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil 

(CNBB), o governo federal e a Juventude Universitária Católica (JUC) levaram, 

a partir de 1961, escolas radiofônicas pelas regiões Norte, Nordeste, Centro-

Oeste e Norte de Minas Gerais com a ajuda do MEB. “Este foi o primeiro 

movimento de educação à distância do país. 


Em 1961, com a chegada de Djalma Maranhão à prefeitura de Natal, surge a 

Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler. O projeto, idealizado por 

comitês manifestadamente nacionalistas, propunha a erradicação do 

analfabetismo como prioridade de governo. “Como não havia a disponibilidade 

de instalações para acomodar as salas de aula, foram construídos 

acampamentos. Em visita para conhecer as obras, um jornalista reparou que as 

crianças aprendiam descalças, daí o nome Campanha de Pé no Chão”




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