A história do Brasil entre o final dos anos 50 e meados dos anos 60 do século
passado ficou marcada como um período de afirmação da identidade nacional,
impulsionado por eventos como o bicampeonato mundial de futebol (1958 e
1962), a consagração internacional da bossa nova e do compositor e maestro
Villa-Lobos, a modernização do país por meio do governo de Juscelino
Kubitschek, entre outros. O símbolo maior dessa transformação foi a
construção da nova capital, Brasília, no Centro-Oeste do país. “JK conseguiu
disseminar uma onda de otimismo e esperança muito fortes”, diz o historiador
Wagner da Silva Teixeira. Porém, com uma população que – de acordo com
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – era, então,
constituída de 40% de analfabetos (cerca de 16 milhões de pessoas), a
promessa de construir um novo país parecia comprometida. A fim de reverter
esse atraso na educação básica, vários movimentos em prol da alfabetização e
da cultura popular surgiram naquele período.
Teixeira analisou os trabalhos desenvolvidos por diferentes entidades, como o
Movimento de Educação de Base (MEB), a Campanha de Pé no Chão, o
Movimento de Cultura Popular (MCP) a União Nacional dos Estudantes (UNE) e
os Centros Populares de Cultura (CPCs).
No final dos anos 50, o rádio ainda era o principal veículo de comunicação no
país. E foi por meio dele que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), o governo federal e a Juventude Universitária Católica (JUC) levaram,
a partir de 1961, escolas radiofônicas pelas regiões Norte, Nordeste, Centro-
Oeste e Norte de Minas Gerais com a ajuda do MEB. “Este foi o primeiro
movimento de educação à distância do país.
Em 1961, com a chegada de Djalma Maranhão à prefeitura de Natal, surge a
Campanha de Pé no Chão Também se Aprende a Ler. O projeto, idealizado por
comitês manifestadamente nacionalistas, propunha a erradicação do
analfabetismo como prioridade de governo. “Como não havia a disponibilidade
de instalações para acomodar as salas de aula, foram construídos
acampamentos. Em visita para conhecer as obras, um jornalista reparou que as
crianças aprendiam descalças, daí o nome Campanha de Pé no Chão”
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